O
Centro de Estudos Culturais Africanos e da Diáspora, CECAFRO - PUC, promoveu,
no dia 11 de março de 2015, o
lançamento do livro o LEITO DO SILÊNCIO, obra da escritora angolana Isabel Vicente Ferreira.
A
atividade começou com a exibição de
trechos do documentário O Ritmo do
Ngola Ritmos e um breve
comentário do produtor cultural e cineasta angolano Aristóteles Kandiba. Em
seguida a autora foi apresentada e fez uma introdução ao debate agradecendo a
acolhida e o reconhecimento que o Brasil lhe deu.
A escritora
Isabel Ferreira também é cantora e atriz. Assim, começou seu pronunciamento cantando,
para em seguida convidar a plateia a interagir. Começou então uma Roda de
conversa sensacional sobre temas variados da História de Angola. Qual o papel
do português como linha nacional? Qual a relação da literatura angolana com
essa língua oficial e com as linhas maternas? Quais os desafios e obstáculos
que os escritores angolanos precisam enfrentar? E a condição da mulher
escritora, artista angolana? Quais as barreiras que são acrescentadas por serem
mulheres? Qual o peso do machismo em Angola? Por que, aqui no Brasil,
conhecemos poucas escritoras angolanas? Por que as mulheres negras escritoras são
invisibilizadas? Essas foram algumas das questões levantadas na roda de
conversa.
Isabel
Ferreira não se recusou a discutir nenhum ponto, respondendo todas as questões sempre
de forma direta, corajosa e franca. Surpreendeu
a todos ao relatar sua História de vida guerrilheira, na luta pela
independência, para explicar como enfrenta as limitações que são impostas às
mulheres negras escritoras. Nossa autora participou das lutas de libertação e
da guerra civil. Isso lhe deu formação, disposição e a coragem para enfrentar
os problemas nos dias de hoje. Ao final do debate ressalta o clima paz em que
Angola vive hoje como uma conquista a ser valorizada.
Uma
região que viveu longa guerra pela independência e depois outra longa guerra, a
guerra civil, tem marcas fortes nos dias de hoje. Daí o valor que a paz tem na vida
e na obra desta escritora que encerra seu livro com a poesia “Manancial de paz”,
celebrando: “É a paz, é a paz a sorrir pra Angola”
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