domingo, 24 de dezembro de 2017

Os africanos que propuseram ideias iluministas antes de Locke e Kant

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/12/1945398-os-africanos-que-propuseram-ideias-do-iluminismo-antes-de-locke-e-kant.shtml

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Palestra com Juvenal de Carvalho (Reflexão sobre a Consciência Negra)




Palestra exibida durante as atividades desenvolvidas na "II Comemoração da Consciência Negra" do Colégio Estadual Luiz Viana Filho - (CELVF) Nova Itarana- Bahia

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

IV CONFERÊNCIA DO CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS DA UEM


A IV conferencia internacional do Centro de Estudos Africanos (CEA), da Universidade Eduardo Mondlane, acontecerá nos dias 29 e 30 de Novembro de 2017


O Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane (CEA-UEM), em parceria com o Fundo Nacional de Investigação (FNI),  convida para a submissão de resumos à sua IV Conferência Internacional, a decorrer nos dias 29 e 30 de novembro de 2017, subordinada ao tema «Do conhecimento às decisões: desafio para um diálogo social permanente».
Os melhores textos completos serão submetidos à revisão de pares e, se aceites, serão publicados num número especial da Revista Científica da UEM.
Público-alvo: investigadores, docentes, estudantes, jornalistas, membros da sociedade civil e outros interessados.
Eixos Temáticos
  1. Dinâmicas de Pesquisa em Saúde Pública, Sexual e Reprodutiva;
  2. População, Planeamento Territorial e Gestão de Terras;
  3. Agro-pecuária, Soberania e Segurança Alimentar;
  4. Exploração Sustentável de Recursos e Gestão de Desastres Naturais;
  5. Criança e Sociedade: Direitos, Educação e Saúde;
  6. Governação, Cidadania e Participação Política;
  7. Comunicação e Interculturalidade: os Media, Artes e Línguas;
  8. Dinâmicas Educacionais: Ensino, Pesquisa, Currículo e Papel das Universidades no século XXI;
  9. Património Cultural e Turismo.

UFRB RECEBE VISITA DE ESTUDANTES DE 14 PAÍSES AFRICANOS


Veja a seguir, matéria publicada no site da UFRB, que aqui reproduzimos com satisfação



Um grupo de 28 pessoas do continente africano visitou ontem (13), à tarde, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) Campus Cruz das Almas, para conhecer a infraestrutura e a história de implantação da instituição de ensino, pesquisa e extensão.
Oriundos de 14 países, os integrantes do grupo estavam acompanhados do coordenador Bruno Martins, do Youth Technical Training Program – YTTP (Programa de Capacitação Técnica Juvenil), vinculado ao Instituto Brasil África (Ibraf); e do professor da UFRB, Marcos Roberto da Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Mandioca.

Eles foram recebidos pelo reitor Silvio Luis de Oliveira Soglia; e pela vice-reitora Georgina Gonçalves dos Santos, que explicaram a origem da UFRB; os processos de acesso aos cursos de graduação e pós-graduação e os intercâmbios internacionais que a UFRB mantém com universidades africanas em Moçambique e Angola.
O reitor Silvio Soglia falou do desejo da UFRB em ampliar as cooperações técnico-científicas e o intercâmbio com outras universidades e institutos de ensino e pesquisa africanos e agradeceu a visita da comitiva.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

ANGOLA: OS LEGADOS DO PASSADO, OS DESAFIOS DO PRESENTE


Se encerra no próximo dia 30 de Setembro a submissão de propostas para a Conferência Internacional Angola: os legados do passado, os desafios do presente, organizada pelo Centro de História da Universidade de Lisboa, o Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto, o Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL e o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.

O evento ocorrerá nos dias 14 e 15 de Novembro de 2017, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Línguas de trabalho: português, inglês, espanhol e francês.

Datas importantes:
Prazo para submissão de propostas:
                     30 de Setembro de 2017
Notificação de aceitação:
                     16 de Outubro de 2017
Divulgação do programa:
                     30 de Outubro de 2017

Para mais informações e submissões, por favor, ver:

http://www.centrodehistoria-flul.com/congressoangola.html#Form

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

OS QUE NÃO FORAM À GUERRA EM ANGOLA

O Centro de História da Universidade de Lisboa, dando  continuidade ao ciclo de Seminários de História de África,  realizará Conferência  com o Dr. Marcelo Bittencourt da Universidade Federal Fluminense.

Tema: Os que não foram à guerra. Angola na última fase colonial (1961-1975)
Data:  27 de Setembro, às 18h00. 
Local: Sala D. Pedro V (Piso 1) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Veja  mais informações no link abaixo 
     
http://www.centrodehistoria-flul.com/abertura/os-que-nao-foram-a-guerra-angola-na-ultima-fase-colonial-1961-1975-ciclo-de-seminarios-de-historia-de-africa-seminarios-ch-ulisboa

domingo, 17 de setembro de 2017

BANCO DE DADOS SOBRE TRÁFICO ATLÂNTICO

Carlos Jr. analisa nesta excelente resenha, publicada na revista Afro -Ásia,  o trabalho de David Eltis,  e equipe, no mapeamento do tráfico transatlântico. 

Mapeando o tráfico transatlântico de escravos

ELTIS, David, e RICHARDSON, David. Atlas of the Transatlantic Slave Trade. New Haven & Londres: Yale University Press, 2010. 307p.


David Eltis e David Richardson têm dedicado grande parte de suas carreiras a quantificar e entender o tráfico atlântico de africanos em sua complexidade. Um primeiro passo nesse sentido foi o lançamento, em 1999, de um banco de dados contendo informações sobre milhares de viagens negreiras.1 Anos mais tarde, os autores disponibilizaram ao público uma versão online mais atualizada desses dados, o Transatlantic Slave Trade Database, resultado do esforço coletivo de dezenas – provavelmente centenas – de historiadores ao redor do mundo.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

NOVA DESCOBERTA NO EGITO ANTIGO


Matéria assinada por Fábio de Castro, O Estado de S.Paulo, de 13 Setembro 2017

Uma tumba do antigo Egito com múmias, sarcófagos e joias de mais de 3.500 anos foi encontrada na necrópole de Draa Abul-Naga, uma área onde eram enterrados nobres egípcios na margem esquerda do rio Nilo. A área fica próxima ao Vale dos Reis, famosa necrópole onde há tumbas de diversos faraós.



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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

UP DEBATE DESENVOLVIMENTO

Acontece nesta sexta,  dia primeiro de setembro,  na Universidade Pedagógica, em Nampula um debate sobre o corredor de desenvolvimento Norte. Como  expositores teremos a presença dos doutores  Severino Ngoenha e José Castiano.  O  evento ocorrerá às 15h, no campus de Napipine.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

UP DEBATE MIGRAÇÃO AFRICANA

A Universidade Pedagógica de Moçambique, Delegação de Nampula, realizou no dia 24 de agosto uma mesa redonda sobre Migração africana, no aconchegante anfiteatro do Campus de Napipine. A abertura do evento ficou a cargo do diretor pedagógico da delegação. Em seguida foi composta a mesa para  apresentação de três palestras com os professores Arsênico Cuco e Sérgio huó e os estudantes Baldomiro  Marquês e Ramalho  Robate. 

A primeira palestra, intitulada de Migração, bulimia social e o medo do estranho, abordou os paradoxos que o mundo da imigração apresenta como o medo econômico de perder espaço para o estrangeiro; medo provocado pela diferença religiosa, o medo de turistas...Medos que provocam estabelecimento de fronteiras para excluir uns grupos e incluir outros. Mas o Dr. Arsênio Cuco  destacou que "nossas culturas foram produzidas nas circulações,  como define Achille  Mbembe."

A segunda palestra tratou  de Identidade social, etnicidade, cultura e sentimento de pertença. O Dr. Huó procurou identificar causas das migrações chamando atenção para o papel das guerras e catástrofes naturais como os principais motivos que levam as pessoas a abandonarem  casas,  localidades e países. Essa movimentação causa traumas físicos e emocionais e tem impacto na definição de identidades,  individuais e coletivas, como pode ser observado no caso do  Centro de Refugiados de  Maratane que concentra quantidade significativa de  refugiados da região dos Grandes Lagos, especificamente da República Democrática do Congo,   Ruanda e Burundi. O centro de Maratane é  um exemplo de formação de identidade social em contexto multicultural e revelador  de como as identidades  são  relacionais,  dinâmicas,  social e  culturalmente construída e reconstruídas.

A terceira palestra foi proferida conjuntamente pelos estudantes do curso de História da UP  Nampula,  Baldomiro  Marquês e Ramalho  Robate que exploraram a temática da migração africana e seus impactos socioeconômicos na cidade de Nampula. Exploraram as mudanças de hábitos e nas relações pessoais mas,  principalmente,  as transformações  econômicas decorrentes dos recursos que os migrantes trazem para a cidade.

A intenção da UP é transformar esse tema em um ponto de reflexo permanente. A iniciativa da mesa  redonda foi  muito bem recebida pelos alunos que lotaram o anfiteatro e se inscreveram em grande número para se manifestar na sessão de debates que teve lugar logo após as palestras.

HISTÓRIA DA ÁFRICA: CONCURSO


REPASSANDO...

Bom dia!

Gostaria de pedir a gentileza de nos ajudarem na divulgação de concurso público na Unifesspa. Duas vagas para a área de História:

Ensino de História – Xinguara/PA
História da África e História e Cultura Afro-Brasileira – Marabá/PA


O edital pode ser encontrado no link a seguir:



Atenciosamente,

-- 
Roberg Januário dos Santos
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - Unifesspa.
Professor e Coordenador do Curso de Licenciatura em História de Xinguara.
Instituto de Estudos do Trópico Úmido.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

REVISTA AFRO-ÁSIA LANÇA NOVO NÚMERO


A edição 54 da Revista Afro-Ásia foi publicada e já está on line. A capa mostra a imagem do Largo Dois de Julho. O sobrado, à esquerda, é a atual sede do Centro de Estudos Afro-Orientais, com fachada reformada. Se trata de um postal da Litho-Typ. Almeida, datado de agosto de 1908.


Veja o link  a seguir

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA EM NAMPULA


Estou em Nampula e resolvi visitar o Museu Nacional de Etnografia. Instalado num amplo espaço, tem área para 2 exposições permanentes e uma temporária, biblioteca e mais área externa onde encontramos restaurante, salas para cursos e muitas oficinas com artistas produzindo e comercializando uma grande variedade de peças.

Podemos ver como produzem suas  obras. Usam madeira negra e fazem peças de todos os tamanhos e tipo, sempre de um único pedaço da madeira.  Todas  talhadas com uma riqueza de detalhes e extrema complexidade.  
O trabalho desses artistas e as exposições permanentes apresentam ao visitante um panorama diversificado sobre da cultura dos Macondes, um dos povos predominantes nesta região.






ião.

RESULTADO DAS ELEIÇÕES EM ANGOLA

Em 23 de agosto o povo angolano foi as urnas para participar de eleições gerais,  elegendo o novo presidente da República e a assembléia nacional.  Foi a primeira eleição na qual José Eduardo dos Santos, que está na presidência desde  1979,  não concorreu.  

Os resultados parciais que estão sendo divulgados pela comissão eleitoral,  com 64% dos meus votos  apurados,  já indicam ampla vitória do MPLA que,  além de eleger o  presidente , terá maioria qualificada na Assembléia Nacional

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

MIGRAÇÃO AFRICANA

A migração africana será tema de debate numa mesa redonda promovida pela Universidade Pedagógica de Moçambique,  Delegação de Nampula.

Será nesta quinta,  23 de agosto,  no campus de Napipine, às 9h.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

João Reis agradece Prêmio da ABL

Veja  a seguir  o pronunciamento do professor João José Reis ao receber  o prêmio Machado de Assis,  concedido pela Academia Brasileira de Letras.  Uma aula sobre história,  passado em conexão viva com o presente.  Combativo e atento aos problemas atuais.  

DISCURSO EM AGRADECIMENTO AO PRÊMIO MACHADO DE ASSIS ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, 20 de JULHO de 2017
João José Reis
Sou grato aos membros desta Academia por considerar minha obra merecedora do Prêmio Machado de Assis. Sendo um historiador da escravidão (embora não apenas) permitam-me imaginar a concessão do prêmio, quando a Academia cumpre 120 anos, como uma homenagem àqueles dentre os seus fundadores que, entre outros, militaram contra a escravidão -- penso em Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e, muito especialmente, Machado de Assis, que dá seu nome a este laurel. Neto de escravos, Machado, além de abolicionista arguto, radical, embora discreto, foi a seu modo historiador da escravidão, no que acompanho um de seus mais destacados intérpretes, Sidney Chalhoub, também historiador da escravidão.
Outro historiador, o acadêmico Alberto da Costa e Silva, aqui presente, avaliou perfeita e concisamente o peso desse sistema de trabalho e modo de vida para o Brasil: "A escravidão foi o processo mais importante e profundo de nossa história." Não podia ser diferente: durou perto de 400 anos, contra apenas 129 anos de liberdade; o tráfico transatlântico luso-brasileiro importou quase metade dos 11 milhões de suas vítimas; e o Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão.  Ela deixou marcas indeléveis na sociedade que nasceu de seus fundamentos e ainda nos assombra com fantasmas de várias espécies – as desigualdades sociais e raciais, o racismo sistêmico, o racismo episódico, agora mais assanhado pelo anonimato da internet (já chamado "racismo virtual"), hoje o principal veiculo de pregação de todos os ódios, inclusive do ódio racial.
O Brasil precisará de esforço hercúleo para livrar-se desse passado que se recusa a passar. O principal caminho talvez seja mais informação, mais educação e ações afirmativas, umas entrelaçadas com as demais. Neste sentido, algumas medidas reivindicadas pelos movimentos negros foram adotadas nas últimas décadas. Entre elas, destacaria três: as cotas educacionais, o ensino da história afro-brasileira e a criação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira.
As cotas sociorraciais para ingresso nas universidades públicas já resultaram em mudança na cor dessas instituições, corrigindo em muitos casos a quase exclusividade branca nos cursos de maior prestígio – Medicina, Direito, Engenharia. Apesar de problemas aqui e ali, as cotas estão dando certo.
A introdução, no ensino fundamental e médio, de disciplina voltada para a história e a cultura afro-brasileiras, com ênfase na história da África, prometia uma equiparação a conteúdos sobre a história da Europa. Lamentavelmente, a disciplina desapareceu da nova Base Nacional Comum Curricular. E a África voltou a ser emparedada naquela acepção, denunciada por Cruz e Souza, de "África grotesca e triste, melancólica, gênese assombrosa de gemidos, África dos suplícios e das maldições eternas", enfim, a África que predomina na grande mídia, refém de uma "história única", na expressão certeira da escritora nigeriana Chimamanda Adichie. Torço pelo retorno da África às escolas.
Uma história de outras vozes está representada na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – a UNILAB, implantada a partir de 2011 como um gesto, ainda que acanhado, de solidariedade com um continente pilhado pelo tráfico luso-brasileiro de cativos. Essa instituição acolhe em suas salas de aula quase mil alunos africanos, mediadores qualificados de suas Áfricas com o Brasil, jovens que recebem pequena bolsa mensal de 530 reais. Pois a comunidade da UNILAB esteve ameaçada recentemente com o corte desse minúsculo item do orçamento nacional. Urge defender a UNILAB!
Políticas de inclusão racial, além do esforço para educar e informar todos os brasileiros sobre a imensa contribuição dos africanos e seus descendentes para a formação histórica e cultural do país, são, entre outras, medidas necessárias – não sei se suficientes – no combate ao legado nefasto da escravidão. Prefiro acreditar que seja produto da ignorância, e não desfaçatez, gestos de delinquência simbólica como batizar um restaurante chique de Senzala. Desejo, desejamos um país onde não seja preciso uma jovem negra empunhar, numa recente manifestação de rua, cartaz que dizia: "A casa-grande surta quando a senzala aprende a ler."
Invocar a escravidão passou à ordem do dia. Com uma maioria de detentos negros (cerca de 60%) amontoados em espaço exíguo, nossas prisões são comparadas a senzalas onde não é servida a boa comida do restaurante Senzala. Comparação talvez injusta, porque a vida de seus escravos valia mais para o senhor do que parece valer a vida dos presos para os governos e a sociedade que, conivente, se cala. Preso não conta como cidadão, ele é preto, ou, se branco, é também preto de tão pobre – já acusou Caetano Veloso. A precariedade da cidadania, filha da desigualdade social e racial, tem sido vinculada ao passado escravista com insistência. Ainda na semana passada, Milton Hatoum escreveu em sua coluna de O Globo: "Quase quatro séculos de escravidão, e mais de um século de uma democracia manca, interrompida por várias ditaduras, só poderiam gerar uma sociedade extremamente desigual."
Há, no entanto, outra dimensão inquietante nessa ordem de questões, que é quando, em vez de alegoria, a escravidão se insinua como dado de realidade efetiva ou em construção.
Como no passado, o ciclo começa com o tráfico – de trabalhadoras e trabalhadores sexuais, domésticos, industriais ou rurais. Imigrantes legais e ilegais são com frequência resgatados de porões insalubres nas grandes cidades, onde trabalham, moram e morrem. Na zona rural chovem denúncias de pessoas submetidas a trabalho (forçado, exaustivo, degradante) análogo à escravidão, matéria que hoje mobiliza pesquisadores e membros da Justiça do Trabalho numa discussão que já ganhou foro internacional.
A recentíssima reforma trabalhista causa temor a quem entende do assunto. Segundo o auditor fiscal do trabalho Luís Alexandre farias, “as mudanças criam condições legais e permitem que a legislação banalize aquelas condições que identificamos como trabalho análogo ao escravo”. E a respeito do princípio do negociado sobre o legislado, o procurador do MPT Maurício Ferreira Brito, que encabeça a Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, advertiu sobre o perigo da escravidão voluntária: "A depender do que se negocie", ele alertou, "você pode legalizar práticas do trabalho escravo." Seria uma graça que este procurador fosse tão ouvido quanto os de Curitiba. Faltou falar da licença agora dada ao capital para empregar a mulher gestante em ambientes insalubres. Não me convencem as ressalvas da lei: se isso não é trabalho degradante, o que mais será?
Sobre a reforma trabalhista, aceitem um exercício de imaginação pessimista. Não resisto a comparar o "trabalho intermitente" ali contemplado com o sistema de ganho ou de aluguel nas cidades escravistas: no primeiro caso, o senhor mandava o escravo à rua para alugar ele próprio sua força de trabalho; no segundo, o senhor escolhia um locatário. Circulava o escravo ao ganho ou de aluguel entre um e outro e mais outro empregador, como cumprirá fazê-lo o trabalhador intermitente do novo Brasil. Um professor, por exemplo, poderá, como autônomo intermitente servir em vários estabelecimentos de ensino, um dia num, no dia seguinte mais um, depois ainda outro. Nascerá, assim, o professor ao ganho.
Some-se a recente Lei da Terceirização e alcançamos o quadro quase completo de precarização radical do trabalho. A terceirização agora vale para atividades fins. Ainda no setor do ensino, empresas que antes limitavam-se a fornecer empregados para atuar na segurança ou na limpeza, poderão doravante oferecer professores a escolas, faculdades e universidades, e fazê-los circular de acordo com a demanda do mercado. Nascerá, então, o professor de aluguel.
Por felicidade, já passou meu tempo de ser professor ao ganho ou de aluguel. O emprego em regime de dedicação exclusiva na Universidade Federal da Bahia deu-me a oportunidade de ser um professor pesquisador. À minha universidade e aos órgãos de fomento de pesquisa, em especial ao CNPQ, eu agradeço ter podido escrever a obra historiográfica agora premiada. Dela já falou, com generosidade, o professor José Murilo de Carvalho.
Queria apenas acrescentar que meus livros, artigos, capítulos em coletâneas etc, foram e continuam a ser escritos com paixão pelos temas de que tratam, sem o selo de garantia da objetividade perfeita exigida pelo positivista. Busquei, sim, a compreensão weberiana. No entanto, não permito que minhas inclinações ideológicas e minha utopias pautem as interpretações que faço dos processos, episódios e personagens sobre os quais escrevo. História panfletária, nem pensar! Me curvo às evidências que brotam dos arquivos, e elas não cessam de surpreender com um universo muito mais complexo do que caberia numa explanação fácil e porventura maniqueísta, que divida o mundo entre o herói e o bandido.
Meus livros são povoados de escravos que fogem de toda parte para toda parte, criam quilombos nas periferias da Cidade da Bahia ou nos mangues de Barra do Rio de Contas, se levantam em nome de Alá e de Ogum, mas nesses escritos também se encontram escravos que negociam com seus senhores um cativeiro menos opressivo. Escravos que querem e senhores que permitem a acumulação de bens e a compra da alforria. A maioria de meus personagens têm nomes, subjetividade, não são peças passivas da máquina escravista. Bilal Licutan, Luiz Sanin, Manoel Calafate, João Malomi, Francisco e Francisca Cidade, Zeferina, homens e mulheres à frente das revoltas escravas baianas. O alufá Rufino José Maria, liberto malê que virou cozinheiro de navio negreiro e pequeno traficante transatlântico de gente. Domingos Sodré, adivinho e curandeiro nagô que fornecia beberagens a escravos para amansar seus senhores, mas era ele próprio senhor de escravos. Manoel Joaquim Ricardo, dono de dezenas de escravos, liberto haussá que prosperou a ponto de ser contado entre os homens que formavam os 10% mais ricos de Salvador. E alguns outros mais...
Contudo, termino com um aviso aos navegantes: a ascensão social aconteceu para poucos escravos desembarcados ou nascidos no Brasil. A maioria morreu escravizada. No balanço final, fico com Joaquim Nabuco, que escreveu:
Não importa que tantos dos seus filhos espúrios tenham exercido sobre irmãos o mesmo jugo, e se tenham associado como cúmplices aos destinos da instituição homicida, a escravidão na América é sempre o crime da raça branca, elemento predominante da civilização nacional...

quinta-feira, 13 de julho de 2017

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS DA UEM


IV Conferência Internacional do Conhecimento às Decisões: desafio para um diálogo social permanente



Centro de Estudos Africanos - UEM, Moçambique

November 29, 2017 – November 30, 2017


O tema da IV Conferência Internacional do CEA privilegia estudos que não só produzam uma radiografia dos problemas, mas também proponham soluções para o desenvolvimento social e económico de Moçambique e África. Assim, esta edição optará por resgatar e explorar a importância das ligações entre o processo de produção de conhecimento científico e de tomada de decisões.
Para além das tradicionais sessões paralelas, o segundo dia de actividades contará com uma mesa redonda organizada em parceria com o Fundo Nacional de Investigação e o National Research Foundation da África do Sul, para debater experiências e criação de sinergias na elaboração de projectos de pesquisa conjuntos entre Moçambique e África do Sul.
Eixos temáticos
Constituem eixos temáticos da 4ª CICD os seguintes:
  1. Dinâmicas de Pesquisa em Saúde Pública, Sexual e Reprodutiva;
  2. População, Planeamento Territorial e Gestão de Terras;
  3. ­Agro-pecuária, Soberania e Segurança Alimentar;
  4. Exploração Sustentável de Recursos e Gestão de Desastres Naturais;
  5. Criança e Sociedade: Direitos, Educação e Saúde;
  6. Governação, Cidadania e Participação Política;
  7. Comunicação e Interculturalidade: os Media, Artes e Línguas;
  8. Dinâmicas Educacionais: Ensino, Pesquisa, Currículo e Papel das Universidades no século XXI;
  9. Património Cultural e Turismo.
Público - Alvo
Investigadores, docentes, estudantes, jornalistas, membros da sociedade civil e outros interessados.


JOÃO JOSÉ REIS VENCE O PRÊMIO MACHADO DE ASSIS

Academia Brasileira de Letras anunciou, no dia 29 de junho,  o prêmio para o historiador, que é referência no estudo da escravidão do século 19.

Veja o link abaixo


http://www.correio24horas.com.br/historiador-baiano-joao-jose-reis-vence-o-premio-machado-de-assis

KULAMBELA - Revista Moçambicana de Ciências e Estudos da Educação

CHAMADA PARA PUBLICAÇÃO

A Kulambela - Revista Moçambicana de Ciências e Estudos da Educação, para assinalar a comemoração dos 10 anos da pós-graduação na Universidade Pedagógica (UP) e em parceria com o CEPOG (Centro de Pós-graduação da UP), irá dedicar os n. 12 e 13 Vol V. à publicação de resultados de pesquisa desenvolvidas na Pós-graduação. 

O número 12 terá 3 secções, nomeadamente: 

  1. Ciências Sociais e Estudos Africanos 
  2. Educação e Psicologia, 
  3. Línguas e Comunicação
Cada secção será composta por um máximo de 5 artigos e coordenada por um especialista.

Estão abertas até 28 de Julho as submissões de artigos científicos originais resultantes de dissertações de mestrado defendidas dentro ou fora da Universidade Pedagógica. 

Para submeter seu artigo envie por e-mail para kulambelarevista@up.ac.mz.

NB: Os artigos submetidos não deverão ter sido publicados em outros periódicos 

Kulambela (que na língua shimakonde falada ao norte de Moçambique significa ″procurar″) é uma revista científica online, com revisão de pares da Universidade Pedagógica-Delegação de Montepuez (UP-MTZ), editada pela Direcção da Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, que tem por objectivo primário publicar resultados de pesquisas científicas desenvolvidas pelo corpo docente e estudantil da UP-MTZ nas várias áreas de conhecimento relacionadas aos cursos de graduação e pós-graduação nela ministrados, bem como estudos feitos por outros pesquisadores e estudantes não vinculados a UP-MTZ.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

quarta-feira, 21 de junho de 2017

SEMINÁRIO INTERNACIONAL – Linguística Africana




SEMINÁRIO INTERNACIONAL – Linguística Africana
Evento do Centro de Estudos Africanos (CEA/USP) reunirá dois grandes estudiosos de linguística africana.
Programação
Dia 23 de junho de 2017 – das 14 às 19h
Sala 14 (térreo) - Prédio de Filosofia e Ciências Sociais
FFLCH/USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 – Cidade Universitária, S. Paulo

PROGRAMAÇÃO
ABERTURA
14h    Profa. Tania Macedo (Diretora do CEA)
          Profa. Margarida Petter (Organizadora do evento)

CONFERÊNCIAS
14h30
Prof. Dr. Emilio BONVINI – Universidade Paris III, Pesquisador do CNRS-Paris e fundador do Laboratório de Pesquisas Africanistas LLACAN (Langage, Langues et Cultures d’Afrique Noire)
Tema: “1965 - 2015 na África subsaariana: da ‘oralidade’ tradicional à ‘escrita’ colonial e à ‘digitalização’ mundial” (proferida em português).
16h30 Coffee break
17h00
Dr. Félix AMEKA – Pesquisador do African Studies Centre da Universidade de Leiden e Presidente do World Congress of African Linguistics (WOCAL)
TemaMaking African languages matter in African Studies” - (com tradução simultânea)

segunda-feira, 19 de junho de 2017

MOÇAMBIQUE: EVENTO NA UNILAB

A UNILAB realiza evento entre 20 e 22 de Junho para marcar os 42 anos da independência de Moçambique.  Veja os detalhes do evento no link abaixo.


CELEBRANDO 42 ANOS DA INDEPENDÊNCIA DE MOÇAMBIQUE

segunda-feira, 12 de junho de 2017

quarta-feira, 7 de junho de 2017

ORIGEM DA HUMANIDADE

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/homo-sapiens-e-100-mil-anos-mais-velho-do-que-se-acreditava-sugere-estudo.ghtml#1

domingo, 28 de maio de 2017

COLÓQUIO INTERNACIONAL José Capela e a história de Moçambique

COLÓQUIO INTERNACIONAL
José Capela e a história de Moçambique: 45 anos depois de O vinho para o preto
Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 29-30 de Maio - 2017

PROGRAMA PROVISÓRIO, 29 de Maio
9h – Distribuição da documentação aos participantes
9h15 – Sessão oficial de abertura
Intervenções de abertura:
FLUP – Diretora da FLUP - Prof. Dr.ª Fernanda Ribeiro
Universidade Pedagógica de Moçambique – Ex.mo Reitor - Prof. Dr. Jorge Ferrão
CEAUP – Coordenadora da Unidade I&D CEAUP – Prof. Dr.ª Ana Guedes
Conferência de abertura: Moçambique pelo seu povo. Mozambique: Many People, Many Stories
Jeanne Marie Penvenne (Tufts University)
I. Representações de Moçambique na época moderna
Sessão 1 (10:30 – 11:30)
A África do Sudeste nos relatos de naufrágios do séc. XVI. Para uma compreensão genealógica das
categorias de representação geográfica e antropológica
Glória de Santana Paula (Centro de História da Universidade de Lisboa)
“Rotas e esfarrapadas”: a precariedade da vida militar na Capitania de Moçambique e Rios de Sena no
século XVIII
Ana Paula Wagner (Universidade Estadual do Centro-Oeste e Centro de História da Universidade de Lisboa)
De muanamuzungos a pardos: representações sociais dos mestiços em Moçambique no período moderno
Eugénia Rodrigues (Centro de História da Universidade de Lisboa)
II. Escravatura e tráfico de escravos em Moçambique
Sessão 2 (11:30 – 12:30)
Os conceitos de escravidão na obra de José Capela: uma leitura jurídica
Margarida Seixas (Faculdade de Direito, Universidade de Lisboa)
O Kairós da análise do fenómeno da escravatura na obra de José Capela
Pedro Pereira Leite (Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra)
O outro lado do tráfico ou como “todos são negreiros” em Moçambique (1820)
Maria Bastião (Leiden University e CHAM, FCSH-UNL/UAç.)
Session 3 (14:30 - 15:30)
O negócio do tráfico negreiro de João Rodrigues Pereira de Almeida, o Barão de Ubá, em Moçambique, c. 1808-c.1830
Carlos Gabriel Guimarães (Universidade Federal Fluminense)
Diáspora, Memória e Cultura: Moçambique e as Ilhas do Índico
Aurélio Rocha (Universidade Eduardo Mondlane)
Dinâmicas sociais no norte de Moçambique no século XIX: escravidão, deslocamentos e mobilidade social
Regiane Augusto de Mattos (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro)
III. A sociedade colonial em Moçambique – importações e aculturações
Sessão 4 (15:45 - 16:30)
Equids in Mozambican history
William G. Clarence-Smith (SOAS, University of London)
Vinho e álcool na história de Inhambane, sécs. XIX-XX
Bárbara Direito (Instituto de História Contemporânea, FCSH, Universidade Nova de Lisboa)
III.b. A sociedade colonial em Moçambique – representações e ideologia
Sessão 5 (16:30 – 17:30)
Cidadania imperial e assimilacionismo(s)
Cristina Nogueira da Silva (Faculdade de Direito, Universidade Nova de Lisboa)
“Miss Britania” e Lourenço Marques: as “negras tentações” nas caricaturas sobre as colonias
Paulo Jorge Fernandes (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
Memória de Ngungunhana entre os pescadores axiluanda na Ilha de Luanda, Angola, em 1983
Éva Sebestyén (Centro dos Estudos Africanos da Universidade do Porto)
17:30 Lançamento do livro
José Capela – “O Sopro do Vento Sul no Silvo das Locomotivas da Linha do Norte”
Edições Afrontamento
Apresentação a cargo de: Joaquina Soares Martins, Jorge Ribeiro

PROGRAMA PROVISÓRIO, 30 de Maio
IV. A sociedade colonial em Moçambique – a sociedade “tradicional”
Sessão 6
Chazuca: tensões e ambiguidades entre o régulo e a administração local no contexto colonial em
Moçambique
Joel das Neves Tembe (Universidade Eduardo Mondlane)
Os Khokholo dos Chopi no contexto político dos finais do século XIX no sul de Moçambique
Mario Jose Chitaute Cumbe (ICS, Universidade de Lisboa e Universidade Eduardo Mondlane)
A religião tradicional Ndau: ambiguidades classificatórias
Fernando Florêncio (DCV/FCT, Universidade de Coimbra e CRIA-Polo UC)
V. A sociedade colonial em Moçambique – sindicalismo e imprensa
Sessão 7 (10.30 - 11.30)
As greves ferroviárias em Moçambique através da imprensa
Maciel Santos e Miguel Silva
Moçambique na vida e obra de Carlos Rates
Luís Carvalho (FCSH, Universidade Nova de Lisboa)
As vicissitudes do jornal Voz Africana na defesa dos Africanos
Augusto Nascimento (Centro de História da Universidade de Lisboa)
VI. A sociedade colonial em Moçambique – Igreja e Estado
A história e as dinâmicas sociais: As missões católicas femininas em Lourenço Marques nos anos 50 do
século XX
Nuno Simão Ferreira (Centro de História da Universidade de Lisboa)
José Capela, Dom Sebastião Soares de Resende e a história da Igreja Católica em Moçambique
Eric Morier-Genoud (Queen's University Belfast)
La terreur en colonie comme prélude au fascisme
João-Manuel Neves (Centre de Recherches sur les Pays de Langue Portugaise, Université Sorbonne
Nouvelle - Paris 3)
VII. José Capela na historiografia de moçambique
A especificidade portuguesa face à historiografia de José Capela
José Pimentel Teixeira (Centro em Rede de Investigação em Antropologia)
José Capela, transversalidade de discursos e práticas em sistemas existenciais excludentes em Moçambique
Martinho Pedro (Universidade Pedagógica, Moçambique)
Desfazendo “longas histórias enfabuladas”: dos estudos do tráfico às aringas de Moçambique; dos estudos
históricos ao encantamento da obra de José Capela
Cristina Wissenbach (Departamento de História / FFLCH, Universidade de São Paulo)
Debate
VIII. Historiografia e poder político em Moçambique
Islão, Macuas e questões de poder: o caso de Naherenque, Nacala
Maria João Baessa Pinto e Eduardo Costa Dias (Centro de Estudos Internacionais, Instituto Universitário de
Lisboa)
A Renamo, um assunto para cientistas sociais
Michel Cahen (Casa de Velázquez)
A memória política em Moçambique
Albert Farré (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra)
Sessão 11 (16:45 - 17.30)
Fluxos migratórios e trocas culturais na constituição do cinema em Moçambique
Alex Santana França (Universidade Federal da Bahia, Universidade Nova de Lisboa e CAPES)
A construção da Marrabenta como símbolo da identidade nacional moçambicana
Marilio Wane (ARPAC - Instituto de Investigação Sócio-Cultural, Ministério da Cultura e Turismo de
Moçambique)
17:30 - Exibição do documentário:
“José Capela – uma passagem por Moçambique”
Realizado por Isabel Galhano (CLUP - CEAUP

terça-feira, 16 de maio de 2017

8ª Oficina de História subordinada ao tema: “O Poder Colonial e o Impacto do Islão em Moçambique”,

CONVITE 
8ª Oficina de História subordinada ao tema: “O Poder Colonial e o Impacto do Islão em Moçambique”, no dia 26 de Maio de 2017, das 15h:00 as 16h:30min, no Arquivo Histórico de Moçambique-AHM, (Travessa de Varietá no. 58, Baixa da Cidade de Maputo, em frente ao Teatro Gungu).



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CONFERÊNCIA Abolicionismo e Trabalho Forçado em Angola: Uma Perspectiva Atlântica (século XIX)

Abolicionismo e Trabalho Forçado em Angola: Uma Perspectiva Atlântica (século XIX)



No dia 23 de maio (terça-feira), o professor Roquinaldo Ferreira, da Brown University, proferirá a conferência "Abolicionismo e Trabalho Forçado em Angola: Uma Perspectiva Atlântica (século XIX)".  A conferência será às 10h no Auditório II do IFCH-Unicamp e é aberta a todos os interessados.

VEJA O LINK ABAIXO

http://www.cecult.ifch.unicamp.br/noticias/abolicionismo-trabalho-forcado-angola-perspectiva-atlantica-seculo-xix

quarta-feira, 19 de abril de 2017

EGITO FARAÔNICO : NOVAS DESCOBERTAS

http://atarde.uol.com.br/cienciaevida/noticias/1854684-seis-mumias-sao-encontradas-em-tumulo-faraonico-perto-de-luxor

sábado, 15 de abril de 2017

ESTUDOS SOBRE CINEMA AFRICANO

A Dra.  Amaranta César, professora da UFRB,  é uma das organizadoras de um dossiê temático sobre o cinema africano e afrodiaspórico publicado pela REBECA (Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual).


Para baixar cada artigo acesse:

 https://rebeca.socine.org.br/1/issue/view/14/showToc


Para o download completo do

 https://rebeca.socine.org.br/1/issue/download/14/13

HISTÓRIA DA ÁFRICA: SELEÇÃO PROFESSOR SUBSTITUTO


Veja o link abaixo para o edital de seleção de professor substituto para História da África na UFBA


Um abraço




Edital seleção para professor substituto em História da África

sábado, 18 de fevereiro de 2017

José Capela e a História de Moçambique

Repassando mensagem de convocação

Venho lembrar que estão abertas as inscrições para a Conferência Internacional José Capela e a história de Moçambique: 45 anos depois de O vinho para o preto, evento
de evocação e homenagem a José Soares Martins.

O evento é organizado pelo Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP) e o Centro de História da Universidade de Lisboa (CU-UL), em colaboração com o Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL e o
Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, e terá lugar a 29 e 30 de Maio de 2017, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Neste evento, serão bem-vindas comunicações que se debrucem sobre os tópicos nos quais a atividade de José Capela se centrou especialmente:
• A história e as dinâmicas sociais de Moçambique;
• A historiografia de Moçambique e os desafios que se colocam hoje ao saber social em Moçambique;
• A história e o papel político-social da imprensa e da comunicação social em Moçambique.

Submissão de propostas: até 15 de Março de 2017.
Línguas de trabalho: português, inglês, francês e espanhol.

Para mais informações:
http://cei.iscte-iul.pt/josecapelaemocambique/pt/inicio/

Cordialmente,

Eugénia Rodrigues
Centro de História da Universidade de Lisboa

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

ACERVO DIGITAL SOBRE PATRIMÔNIO AFRO-BRASILEIRO


O Projeto tem por objetivo criar Acervos Digitais que contemple documentos (escritos, orais, iconográficos) 
e ações do protagonismo negro (vídeos-documentários),  com vistas a atuar no processo educativo das relações 
étnico-raciais e na interatividade com os seus usuários (professores, extensionistas, pesquisadores, alunos e
movimentos populares). Propõe digitalizar 30.000 imagens e realizar 5 vídeos documentários com lideranças 
e personalidades negras. Contudo, obtivemos 31.346 imagens digitalizadas e 7 vídeos documentários 
com lideranças e personalidades negras. 

OUTRAS PLATAFORMAS
Vanderbilt University: http://www.vanderbilt.edu/esss/brazil/projects/projectparaiba.php 
British Library: http://eap.bl.uk/database/overview_project.a4d?projID=EAP627;r=26362 

ENTRE EM CONTATO VIA: https://www.facebook.com/neabi.ufpb.1







ACERVO DIGITAL SOBRE PATRIMÔNIO AFRO-BRASILEIRO



http://afro.culturadigital.br/

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL "DINHEIRO E PODER NA ERA DO TRÁFICO: ESCRAVIDÃO E OUTROS LAÇOS ECONÔMICOS ENTRE ÁFRICA E BRASIL"



Segue divulgação do evento a ser realizado nos dias 15-17 de março de 2017 na Universidade Federal da Bahia.

Conferência internacional “Poder e dinheiro na era do tráfico: escravidão e outros laços econômicos entre África e Brasil”
15-17 de março de 2017, PAF I- Ondina, Universidade Federal da Bahia, Brasil
Organização: King's College London (departamento de História/Departamento de Português, Espanhol e Linguas Latinas); Universidade Federal da Bahia (Grupo de Pesquisa Escravidão e Invenção da Liberdade, PPGH-UFBA)
Organizadores: Toby Green (King’s College London, UK), Carlos da Silva Jr. (King’s College London, UK), João José Reis (Universidade Federal da Bahia, Brasil)


PROGRAMAÇÃO:
Quarta feira, 18:30h – 21:00h

➢ 18:30h: Mesa de Abertura do evento.
➢ 19:00h: Conferência de abertura: Escravidão e tráfico na formação do Brasil
• Conferencista: Luiz Felipe de Alencastro (Université Paris-Sorbonne, France/ Fundação Getúlio Vargas, Brasil).


Quinta feira, 9:30h – 21:00h

➢ Abertura da sessão, 9:30h – 10:15h: Carlos Cardoso (INEP, Guiné Bissau): “Circulações e Intercessões no Atlântico: imaginando e construindo pontes entre a África Ocidental e o Brasil”.
➢ Chair: Jose Lingna Nafafe (University of Bristol, UK).


➢ 10:30h – 12:30h: Painel I: Política, economia e sociedade na era do comércio atlântico de escravos

• José Curto (York University, Canadá): “Migração forçada e livre no Atlântico Sul: Benguela e Rio de Janeiro, c. 1700-1850”;
• Mariza Soares (Universidade Federal Fluminense, Brasil): “O comércio de escravos e mercadorias na costa do Loango no século XVII”;
• Jaime Rodrigues (Unifesp, Brasil): “‘Portugueses vassalos deste Reino Unido’: interesses lusos no tráfico de africanos para o Brasil, 1818-1828”.


➢ 12:30 – 14:30: Break/Lunch

➢ 14:30h - 16:00h: Painel II: Experiências atlânticas

• Paulo Farias (University of Birmingham, UK): “Expertise levada à África por retornados do Brasil: questões históricas a respeito da tecnologia açucareira no Califado de Sokoto a partir de 1829-1836”;
• José Lingna Nafafe (University of Bristol, UK): “Escravidão e liberdade no mundo atlântico lusófono: forças econômicas contra o discurso de Lourenço da Silva de Mendonça, século XVII”;
• Mariana Candido (University of Notre Dame, USA): “A circulação de mulheres africanas livres no Atlântico Meridional, Século XIX”.


➢ Break

➢ 18:30h – 21:00h: Painel III: Biografias atlânticas

• Luis Nicolau Parés (Universidade Federal da Bahia, Brasil): “Africanos, libertos e comerciantes: uma comunidade mercantil atlântica na fronteira da legalidade (1835-1845)”;
• Candido Domingues (Universidade Nova de Lisboa, Portugal): “Investimentos e riscos de uma viagem negreira na rota Bahia-Costa da Mina: o caso da corveta Nossa Senhora da Esperança e São José, 1767”;
• Kristin Mann (Emory University, USA): “Foi Salvador uma sociedade escravista na era do comércio ilegal? Duas perspectivas familiares”.


Sexta feira, 9:30h – 17:30h

➢ 9:30h – 12:30h: Painel IV: Salvador e a economia atlântica na era da abolição
• João José Reis (Universidade Federal da Bahia, Brasil): “O tráfico negreiro e o escravo senhor de escravo: Bahia, 1800-1850”;
• Lisa Castillo (Universidade de Campinas, Brasil): “Conexões atlânticas no Candomblé da Bahia no século XIX”;
• Mary Hicks (Amherst College, USA): “Panos como línguas: panos de costa, marinheiros libertos e escravos, e quitandeiras africanas em Salvador da Bahia (1797-1850)”.


➢ 12:30-14:00: Break/Lunch

➢ 14:00h – 16:00h: Painel V: Crédito e dinheiro no tráfico atlântico

• Joseph C. Miller (University of Virginia, USA): Crédito, cativos, colateral, e moeda corrente: Dívida, escravidão, e o financiamento do mundo atlântico”;
• Carlos Silva Jr. (King’s College London), UK: "Da Índia para a África Ocidental via Bahia: búzios e a economia trans-oceanica na era do tráfico";
• Toby Green (King’s College London, UK): “Prata, cera, panos e trigo: economias de produção e trocas no mundo pan-atlântico antes de 1700”.


➢ 16:30h – 17:30h: Encerramento da conferência: Perspectivas para a história econômica e social da África e da diáspora africana.
Roundtable com Luiz Felipe de Alencastro, Kristin Mann, Joseph C. Miller, Mariza de Carvalho Soares, Carlos Cardoso.
➢ Chair: Paulo de Moraes Farias.



terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

FALECEU JAN VANSINA

Professor emeritus Jan Vansina, one of the world’s foremost historians of Africa, died peacefully in Madison on Wednesday, February 8, 2017. He was surrounded by his wife, Claudine, and his son, Bruno. Diagnosed with lung cancer in the Fall of 2015, Vansina underwent chemotherapy for a few weeks and enjoyed a remission in the summer and early fall of 2016, during which he continued his tireless quest for understanding the past of Central Africa. A pioneering figure in the study of Africa, Vansina is considered one of the founders of the field of African history in the 1950s and 1960s. His insistence that it was possible to study African history in the era prior to European contact, and his development of rigorous historical methods for doing so, played a major role in countering the then prevalent idea that cultures without texts had no history. He remained a trailblazer in the field for more than five decades. Vansina spent most of his career at UW-Madison, where he took up a positon in African History in 1960 at the invitation of Philip Curtin. Together, Vansina and Curtin created the first program in African history in the United States, and trained the first and second generation of specialists in the history of Africa and the African diaspora. Vansina quickly became a towering figure in the field, a scholar of exceptional intelligence, erudition and intellectual drive. He combined an encyclopedic knowledge of linguistics, anthropology and history with a steadfast commitment to rigorous historical research, and a unique talent to recover intricate historical changes in places where little traces of the past could be retrieved. In scale, depth, complexity, clarity and significance, his work in African history was unique and will certainly remain so for many years to come. Vansina’s career was marked by daring and original choices. Born in 1929 in Antwerp, Belgium, he trained as a medievalist before accepting a position in 1952 as an anthropologist in the Democratic Republic of the Congo, then a Belgian colony. After conducting several months of field research in Nsheng among the Kuba, and working at the Institute for Scientific Research in Central Africa (IRSAC) in Butare, Rwanda, where he met his wife-to-be, Claudine, Vansina went back to Leuven to earn a licence (BA) in historical linguistics and to defend a Ph.D. on “The Historical Value of Oral Tradition: Application to Kuba History” (1957). He also spent a few months at the School of Oriental and African Studies (SOAS) in London, getting to know the work of Nigerian historians Kenneth Dike and Jacob Ajayi, who had organized archives in Nigeria. Along with them and British scholars Roland Oliver and John Fage, he participated in three major conferences on African history at SOAS. This was the beginning of Vansina’s many collaborations in international academic and research networks that resulted in helping to publish the UNESCO History of Africa (1964-1999), the first collective effort to establish a global, academic history of the continent. In 1959, Vansina went back to Rwanda to serve as the director of IRSAC. During a break in Europe in 1960, he was invited by Philip Curtin to accept a position in the History Department at UW-Madison and decided to move to Wisconsin. At UW-Madison, Vansina brought immense energy and commitment to the scholarship and legacy of African history. He held his position for thirty-five years (1960-1994), advising more than 50 Ph.D. dissertations and writing over 200 articles and 20 books. Beginning with the publication of La tradition orale in 1960, his work led to the acceptance in the academic world of oral traditions as valid sources of history. La tradition orale appeared in English in 1965 and eventually translations in Spanish, Italian, Arabic, and Hungarian followed. In 1985, Vansina published Oral Tradition as History, a complete reworking of La tradition orale that became his most widely known book. Vansina also promoted the use of interdisciplinary tools, especially historical linguistics, archaeology, and art history, to recover the African past. His reputation as the preeminent authority on methods for the study of early Africa extended beyond academia. When the journalist Alex Haley was conducting research for what would become his famous book Roots, he sought out Vansina’s assistance in tracing his family’s history to a point of origin in Africa. Vansina suggested that the few words, names, and stories that had been passed down to Haley from an enslaved African ancestor named Kunta Kinte might be from the Mandingo people in Gambia, where Haley eventually met a griot in a remote village who had memorized the history of an extended Kinte family, including Kunta Kinte. An energetic teacher and a generous mentor, he had wide influence on several generations of students. He remained close to his former students and colleagues following his retirement in 1994 at the age of 65. Living close to UW campus, Vansina remained a stimulating and generous presence for African historians, students and friends, and the many scholars who visited him and Claudine to converse and debate about African history, African politics, or the tribulations of academia in the United States. His intellectual prowess remained intact until his death and continued to fuel his remarkable productivity. Every year, he offered the inaugural sandwich seminar at the African Studies Program at UW. His last presentation reflected on history and memory from the viewpoint of the capacity of the human brain to preserve and rework past experience and information. This was to become Vansina’s new research project, cut too soon by illness. In his last few months, he tireless worked with Professor Rebecca Gromellund on a joint article on Bantu languages, currently under review for the Journal of African History. The history of Central Africa, and the early history of Africa as a whole, could not be what it is today without Vansina’s immense contributions. He was the first historian to tackle the challenge of reconstructing the past of societies in the rainforest over several millennia, from the early diffusion of Bantu languages and communities to political and cultural innovations in the early modern period and the nineteenth century. In 1990, Paths in the Rainforest: Towards a History of Political Tradition in Equatorial Africa, crowned this encyclopedic research and thinking. Covering more than two thousand years of history, the book detailed the rich traditions that Equatorial Africans created to invent their society, culture and institutions, ending with the disruptions brought by the slave trade and European intrusions in the nineteenth century. Six major books followed. Living with Africa (1994) combined Vansina’s intellectual biography with a history of the discipline. In 2003, he wrote When Societies are Born as a complement to Paths in the Rainforest, turning to the early history of the southern part of West Central Africa. Antecedents to Modern Rwanda: the Nyiginya Kingdom (2004) looked at the early formation of Hutu and Tutsi identities, and the development and expansion of the ancient Rwandan kingdom. The book was a feat of historical research, based on hundreds of oral traditions (ibitéekerezo). It also made a clear political statement by countering the Rwandan government’s claim that the eastern provinces of Congo had once belonged to Rwanda. In 2010, Being Colonized traced how the Kuba people in the Congo experienced colonial rule. Using dreams, life stories, and visual archives, the book offered a unique view of the fabric of African life under European domination. In 2014, Jan Vansina published Through the Day, Through the Night: A Flemish Belgian Boyhood and World War II, a lively memoir on his life as a young man under the German occupation in Belgium. Vansina received numerous honors and distinctions over the course of his career. He twice won the African Studies Association’s Melville Herskovits Prize for the best book in African Studies, the first time for Kingdoms of the Savanna in 1967 and the second for When Societies are Born in 2004. Vansina was also an early recipient of the African Studies Association’s Distinguished Africanist Award and toward the end of his life he was awarded the American Historical Association’s Award for Scholarly Distinction (2014). He was elected to the American Academy of Arts and Sciences in 1982, from which he quietly resigned when the group failed to denounce the use of torture during the presidency of George W. Bush, and to the American Philosophical Society in 2000. Vansina was committed throughout his professional life to promoting the writing of African history for African audiences. Some of his last thoughts concerned the younger generation of Central Africans, whom he hoped could read rich, updated and accessible histories of their region. He believed that a sense of pride in their past could help them to deal with the challenges of the present. Jan Vansina’s love for Africa and Africans, his inextinguishable passion for knowledge and truth, and for making them abundantly available to all, marked everyone who had the privilege to meet him. -